Qual a diferença entre os carros da Fórmula 1 e da Fórmula Indy?

11/09/2010 16:39

A Fórmula 1 é a competição automobilística mais popular do mundo. É também a mais cara, e que reúne os maiores avanços tecnológicos. Enquanto isso, os defensores da Indy exaltam a sua competitividade, alegando que a categoria é disputada  por pilotos em igualdade de condições. Não podemos tirar o mérito de ninguém, mas afinal, qual a diferença entre esses monopostos?

Todos os carros da Indy são fabricados pela Dallara e equipados com o mesmo motor, um Honda V8 de 3,5 litros que gera 650 cavalos. Até o preço é o mesmo para todas as equipes: R$ 552 mil a unidade. No total, somando os custos de regulagem e acertos, cada equipe desembolsa cerca de R$ 1 milhão por carro. O resultado é uma categoria mais acessível, mais nivelada do ponto de vista técnico, e com maior número de pilotos com chances de vitória - esta última característica é realçada nos ovais, onde as ultrapassagens ocorrem o tempo inteiro. 

Na Fórmula 1, os gastos são completamente variáveis e vão de R$ 90 a R$ 540 milhões por temporada. Quem gasta mais dinheiro obviamente tem mais chance de construir um bom carro - apesar de muitas vezes isso não ocorrer, vide os extremos opostos da Brawn, campeã no ano passado, e da Toyota, equipe que não saiu da faixa intermediária mesmo torrando um dos maiores orçamentos da categoria durante anos. Talvez esteja aí, aliás, um dos fascínios da F1: o diferencial possibilitado pelo talento não só do piloto, mas da equipe de engenheiros e projetistas.

A regra atual da F1 diz que o motor de cada fabricante precisa ser um V8 de 2.4 litros. As potências não são divulgadas, mas devem girar em torno dos 750 cavalos. São também as equipes (pelo menos a maioria) que desenvolvem o chassi do carro, ou seja: é preciso muita pesquisa em túneis de vento e muito trabalho coletivo (e se possível alguma ideia genial) para obter um bom monoposto.

Para saber qual dos dois carros se daria melhor em uma corrida, basta escolher o circuito. Num oval onde a pressão aerodinãmica necessária é menor, os freios pouco exigidos e o motor trabalha em potência máxima boa parte do tempo, um F1 não apenas ficaria para trás, como provavelmente não aguentaria até o final. Já num circuito misto, a capacidade que uma Ferrari ou McLaren tem para frear, fazer curvas fechadas em velocidade e retomar com toda a força fariam um bólido de Indy parecer um Stock Car. Em praticamente todos os aspectos mecânicos e aerodinâmicos, um Fórmula 1 está bem adiante em tecnologia e nível de complexidade. Além disso, os carros da categoria americana chegam a pesar até 100 kg a mais que o, digamos, "rival".

Durante uma única vez estes dois mundos competiram lado a lado, no Questor GP, em 1971. Na época, a United States Auto Club (USAC, que depois de muitas histórias e rupturas se transformou na Indy) levou a pior, sendo que seu piloto melhor colocado conseguiu apenas chegar no oitavo lugar. O campeão foi Mario Andretti, da equipe Ferrari de Fórmula 1 - e que, curiosamente, faria história na Indy mais adiante. 

Na foto, a Ferrari de Mario Andretti e o Lola de Mark Danohue.

Fonte: www.jalopnik.com.br

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